O título do post de hoje representa apenas um dos meus maus hábitos alimentares quando criança. E confesso que nunca achei a menor graça no termo fresca, digamos que eu era mais exigente.
Muitas e muitas crianças se encontram nesta mesma situação, são apontadas como chatas, enjoadas e frescas para comer. Punidas com palavras e castigos, piorando ainda mais o cenário, sem qualquer benefício para a saúde física e emocional da criança. Do ponto de vista de um alguém que passou por isso, e de uma mãe que está buscando um caminho alternativo, de nada adianta rotular as crianças sem antes rotular os responsáveis por criar hábitos errados na alimentação dos pequenos.
– Mamãe dizia: -“Esta menina só gosta de miojo, nuggets e salsicha”
Para começar, são três produtos industrializados e péssimas opções como alimentos para crianças, que para chegar a qualquer pratinho necessitam de locomoção de um adulto responsável, recursos financeiros e preparo anterior ao consumo. Não consigo imaginar nenhuma criança de um ou dois anos capaz de tamanha proeza. E pasmem, já vi tais alimentos serem oferecidos a crianças menores de um ano. Há opções de massas mais saudáveis para se colocar na sopinha do bebê, nuggets para coçar a gengiva nem pensar e polvo de salsicha não dá crédito como enfeite na refeição do filhote.
Mesmo sendo um tanto quanto agressiva nesta análise, eu posso afirmar que cada uma destas ditas “comida para crianças” chegavam no meu prato carregadas de muito amor. A minha mãe se esforçava ao máximo para eu comer, escondia os legumes na sopa, enfeitava o prato mas , por outro lado, deixava eu dominar o cardápio da casa e acabava cedendo aos meus caprichos. A tal ponto que a Camila só comia arroz feitinho na hora (que convenhamos, é muito melhor), além de só comer papá preparado pela D. Dalva. Vocês podem imaginar o quão limitante isso era!!
Mas há pouco tempo, mamãe admitiu que errou com as decisões que tomou em relação a minha alimentação. Sem palavras, eu cheguei a conclusão que a chegada do Santiago mudou a minha perspectiva. Passei a enxergar cada erro da minha mãe como uma oportunidade para eu fazer diferente, sem abrir mão da mesma dedicação e do mesmo amor depositado em cada prato. Talvez com uma pitada a mais de paciência, colocando a saúde do filhote em primeiro lugar.
A receita de hoje é um passo gigantesco para a fresca da Camila, que preparou um bolinho de arroz no jantar com os grãos cozidos no almoço!!! Afinal, é preciso dar o exemplo, não é mesmo?!!
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