Quem me conhece sabe que delegar é um tema um tanto quanto delicado. Faço o tipo que prefere acumular funções. O famoso “quem manda faz”. E quando se trata da minha cozinha, a situação piora muito. Morro de ciúmes. Mas, também, admito que venho tentando melhorar. Muitas vezes o cansaço e a minha vontade de curtir o filhote falam mais alto e eu resolvo, então, baixar a guarda como diz o maridão.
E foi justamente pra ele, que hoje, no jantar, eu resolvi delegar a difícil tarefa de fiscalizar a minha quinoa que estava cozinhando. Era só me avisar quando a água estivesse secando, enquanto eu brincava com o Santiago. O menu da noite era simples, a quinoa, um ratatouille e bifinho. Como já teria que ficar na cozinha, o Marcos resolveu preparar a sobremesa: carambola. E aí a coisa desandou.
Alguém pode me confirmar, se é verdade que os homens não conseguem fazer duas coisas ao mesmo tempo? Eu acredito que sim e foi essa a desculpa que ele me deu quando o cheiro de queimado tomou conta da casa. Eu só não posso acreditar que isso inclua o olfato, afinal ele estava do lado do fogão.
Vou dar uma reformulada no dito popular do início do post: Quem manda, deveria ter feito, pra não ter que fazer de novo. E foi, exatamente, isso que aconteceu. A minha sorte é que o ratatouille é um curinga na cozinha. Cozinhei um orzo integral (massinha que parece um grão de arroz) rapidinho e misturei ao ratatouille, aí foi só grelhar o bifinho e pronto. Cheguei a conclusão que delegar é, realmente, algo muito bom. Nada como um marido com um pouquinho de remorso para encerrar um dia cansativo.
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