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Leite na infância é uma moda que azedou?

Postado por Equipe Pequeno Gourmet

Quando o assunto é alimentação infantil, o radicalismo sempre dá um jeitinho de entrar no cardápio.

Parece que toda semana, a lista dos sabotadores da boa nutrição aumenta um pouco e grupos alimentares inteirinhos são mandados pra geladeira. Esse é o caso do leite, que há milênios faz parte da rotina alimentar das crianças, e tem surgido como um vilão para a saúde desde os primeiros anos.

Mas será que tirar o leite de vaca dos copinhos é a melhor medida?

Leite é importante, sim.

Uma pesquisa publicada na última semana pelo British Journal of Nutrition percebeu que cortar o leite de vaca da alimentação está levando ao risco de deficiência de iodo, mineral responsável pela produção dos hormônios da tireoide e desenvolvimento cerebral dos bebês.

O iodo é um daqueles nutrientes que o corpo não produz, por isso precisamos buscar nos alimentos- ou em suplementos industrializados.

Essa descoberta faz pensar um pouquinho sobre as opções nutritivas que estamos excluindo do nosso dia a dia para substituir por novidades que estão nas prateleiras com rótulo de saudáveis

Leite materno é essencial

O leite é parte fundamental da alimentação das crianças desde o primeiro momento da vida. O leite materno é único e diferente de qualquer outra fonte nutricional, portanto deve ser o alimento exclusivo dos bebês até os 6 meses, como recomendam o Ministério da Saúde e a OMS. Depois, a amamentação deve ser mantida até os 2 anos ou mais, junto com os papás.

Mas, e depois disso, o leite ainda vale?

Mesmo depois do desmame, o leite segue sendo um excelente alimento pra turminha que está crescendo rápido e precisa de uma força extra no aporte de proteínas, gorduras boas e cálcio. Um outro estudo recente, publicado no American Journal of Clinical Nutrition, apontou os benefícios do leite para as pessoinhas em fase de crescimento: crianças entre 2 e 6 anos que bebiam leite de vaca todo dia eram mais altas do que as que consumiam leites vegetais.

Os tipos de leite e as bebidas tipo leite

Leite de verdade mesmo, aquele que vem direto da vaquinha, é bem difícil de encontrar. Por questões de segurança, precisam passar por processos industriais antes de serem vendidos. Mas o que não falta no mercado são tipos de alimentos a base de leite de vaca. Desde as fórmulas infantis até os leites com teor de gordura modificado, é importante entender a diferença entre cada rótulo, para fazer escolhas conscientes. Um perigo que enche as prateleiras e confunde na hora das compras são as bebidas lácteas, aquelas caixinhas cheias de açúcar, corante e aromatizante que de leite tem muito pouco e não fazem bem pra ninguém. A melhor escolha é fugir das cores e da longa vida e buscar lá na geladeira as opções que mais se aproximam do leite de verdade.

Quando o leite de vaca não é uma opção

Leite de vaca antes de 1 ano, não.

Antes de um ano de idade, o risco de desenvolver alergias alimentares é alto, por isso o consumo não é indicado. É preciso, também, ficar atento ao uso indiscriminado e precoce das fórmulas, que são uma variação do leite de vaca.

Alergia a proteína do leite de vaca

A APLV aparece bem cedo e torna os primeiros anos de vida bem complicados, mas costuma passar com o tempo. No caso de bebês amamentados, a alimentação da mamãe também deve ser isenta de traços de leite.

Crianças intolerantes à lactose

Apesar de mais comum nos maiorzinhos, os sinais de intolerância à lactose podem aparecer no começo da infância. Quando ocorre o diagnóstico é o melhor é recorrer a alimentos que substituam naturalmente os lácteos.

Escolhas alimentares da família

Quando bem equilibrado, o esquema nutricional de crianças veganas ou vegetarianas não traz nenhum problema para seu desenvolvimento. Alguns estudos até relatam que esses hábitos ajudam a fazer melhores escolhas alimentares no futuro.

Então dá pra substituir o leite de vaca?

Dá, sim. Mas tem de ser uma decisão planejada e só vale mesmo quando tem uma razão de verdade pra isso. Se for seu caso, é absolutamente possível encontrar outras fontes de proteína e de cálcio, como vegetais verde-escuros, leguminosas e castanhas. Entretanto, a substituição precisa ser cuidadosa, de preferência orientada por profissionais especializados, com atenção redobrada a oferta de nutrientes para todo mundo crescer forte.

E aí, com leite ou sem leite?

Criança pode não tomar leite? Pode. E pode tomar leite? Pode, também. Com informação e bom senso pode (quase) tudo.

Escolher um fornecedor de qualidade e evitar as caixinhas é o caminho para aproveitar o que o leite tem de bom.

O que faz bem mesmo pra criança – e pra todo mundo- é comida de verdade.

Quanto menos industrializarmos o cardápio e as lancheiras, melhor vai ser nossa alimentação e mais saudável a infância.

Então, se fizer parte dos hábitos da sua família, chame a garotada, sirva um copo de leite branquinho e proponha um brinde: à saúde de vocês.

*O Pequeno Gourmet recomenda a consulta de um profissional especializado em caso de dúvida quanto a qualquer informação disponível no Portal

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