Confesso que fiquei em choque com essa constatação, afinal para mim isso era impensável. Quando criança, minha mãe não me deixava comer nada antes das refeições. Dizia que iria “estragar” o meu apetite. E foi, exatamente, isso que ela disse, só que desta vez se referindo ao neto.
Minha mãe sempre está por aqui na hora do jantar. Brinca com o Santiago enquanto eu preparo nossa comidinha. O cardápio do dia era: Risoto de tomate e manjericão e franguinho na panko com geléia de menta (solicitação do filhote, pode?!).
Pois bem, quando sentamos para jantar o Santiago comeu umas duas ou três colheradas do risoto e seguiu firme no franguinho. Insisti um pouco, mas nada. Historinha da fazenda, e nada. Até que mamãe olha pra mim e já começa a série de perguntas:
“Que horas ele lanchou?”
– Às 16:30 hs, mãe!
– “O que ele comeu?”
– Açaí
-“Ah, foi isso.” – Constatou a vovó toda prosa da sua experiência.
Até que uma vozinha interrompeu o interrogatório: -“Eu já comei esse tomate, mãe!”
Aí que a ficha caiu. Meu filho belisca antes das refeições e a culpa é minha.
O Santiago sempre está por perto quando estou cozinhando e sempre incentivei a sua curiosidade por provar coisas novas. É salsão, pimentão, talo de alface americana, couve de Bruxelas… nada escapa. Nem o tomate.
Óbvio que recorri a voz da razão: – Mãe, como eu vou proibir o Santiago de beliscar tomate cru? Não tenho coragem.
-“Ah, minha filha, você é muito diferente. E não é você que está toda entendida nesse assunto?”
É, não tenho coragem. Pelo menos por enquanto…
*O Pequeno Gourmet recomenda a consulta de um profissional especializado em caso de dúvida quanto a qualquer informação disponível no Portal